Incubus, de Ray Russell
Incubus é uma obra completamente desconhecida do grande público, seja ele nacional ou internacional. Curiosamente, pode ser encontrado aos montes nos sebos por valores irrisórios. Ouvi falar dessa obra casualmente, pela internet. Na primeira lida na sinopse já me despertou uma curiosidade e resolvi dar uma chance, afinal, pelo valor que cobravam nem faria diferença se fosse abaixo das expectativas ou não. A verdade, é que Incubus foi para mim uma das maiores surpresas que já tive em anos de literatura.
A estória se passa na pacata Galen, cidade norte-americana. Lá, uma série de crimes têm ocorrido. As vítimas são em sua maioria jovens e as mortes ocorrem durante o estupro, no ato sexual em si, por algum motivo. Enquanto o xerife e o médico local buscam o nome do criminoso e uma explicação natural para as mortais dimensões das lesões, o estudioso Julian Trask é o único que reúne condições para chegar a uma verdade inimaginável. Logo descobre que o assassino não se trata de uma pessoa comum, e sim de um incubus, criatura metamórfica que não controla seus desejos sexuais, sendo obrigado a sempre procurar uma presa, que acaba não suportando o tamanho de seu membro, podemos assim dizer.
Único livro do autor publicado no Brasil, na década de 70, é poderoso em seu enredo, seus personagens e seu suspense. A trama consegue nos envolver completamente, em uma narrativa de tensão que segue freqüente durante todo o livro. Posso dizer que também não há deslizes, furos ou explicações bobas para os acontecimentos. As teorias são convincentes e despertam extrema curiosidade. A estória consegue, ainda, transportar o leitor para o universo do medo e, principalmente, da luxúria. O sexo é o ponto primordial, mas em nenhum momento chega a ser vulgar. É tratado como uma necessidade, mesmo que, no caso da criatura, tenha como conseqüência a morte.
Se há uma dica que posso dar aos amantes do suspense/terror, é que não percam tempo e corram aos sebos adquirir uma cópia de Incubus. O valor é irrisório para algo que vai te dar um ótimo divertimento, que causa apreensão e choca. Vale a pena.
Nota: 8/10
Autor da resenha: Flávio Assunção Filho