A Maldição do Cigano, de Stephen King
Um atropelamento. Uma absolvição. Uma maldição.
O advogado Billy Halleck possuia uma vida tranquila em Fairview, quando um atropelamento, que culminou na morte de uma cigana, poderia colocar por terra tudo o que havia conquistado. No entanto, foi julgado, mas logo absolvido, em parte porque o juiz era um amigo pessoal seu. Não satisfeito com o resultado do julgamento, um velho cigano resolve fazer justiça por si só e logo amaldiçoa Billy, utilizando uma simples palavra: "Emagrecido".
Obeso, o advogado começa a perder quilos e mais quilos diários. Procura médicos, mas que nada conseguem descobrir de anormal. No fundo, Billy sabia que se tratava da maldição. E quando, enfim, abre o jogo para sua esposa e médico pessoal, os mesmos colocam em dúvida sua sanidade mental. Enquanto isso, vai se transformando em um esqueleto vivo e só lhe resta uma alternativa: encontrar o cigano, para tentar convencê-lo a reverter o feitiço, nem que seja à base da força.
Stephen King conseguiu escrever uma ótima história. O texto é muito bem escrito e amarrado. O autor, desta vez, não exagera tanto nos enchimentos de palha, o que torna a leitura boa e bem corrida. Além disso, esse romance nos mostra um pouco do instinto do ser humano, no que diz respeito ao ódio, rancor, justiça e, claro, à vingança. Dependendo do ponto de vista, ninguém ou mesmo todos são culpados, mas as pessoas não costumam se atentar para "o todo", apenas para o executor do problema.
Destaco que o livro me surpreendeu positivamente. Li despretenciosamente e, honestamente, nem esperava que me deixasse tão atenado. No entanto, duas coisas, em minha opinião, o estragaram. Primeiro: a parte final, frustrante em todos os sentidos e absolutamente sem graça. Segundo: diversos momentos em que não há uma explicação convincente para o desenrolar da trama. Fica até uma coisa meio boba às vezes.
De qualquer forma, apesar dos problemas citados, o livro é bom. Uma leitura bem interessante para as noites de sexta-feira. É relativamente curto e tem uma trama envolvente. Se vai decepcionar, aí depende do que cada pessoa espera. A mim não decepcionou porque eu já iniciei a leitura sem esperar muita coisa. Até fiquei surpreso positivamente. De qualquer forma, leia e tire suas próprias conclusões. Afinal, gosto não se discute e King é sempre King.
Nota: 6/10
Autor da resenha: Flávio Assunção Filho