O Fortim, de F. Paul Wilson
O Fortim foi o primeiro de F. Paul Wilson que li. Esperei um longo tempo para isso, tanto é que passei quase um ano com a obra em mãos, enquanto outras quatro do mesmo escritor continuam na estante. Não foi por falta de vontade, apenas queria esperar o momento certo, pois por tudo o que já ouvi falar seria algo soberbo, um clássico. Mas enfim li esta obra e a verdade é que fiquei com o gostinho de decepção.
De fato, o livro impressiona em um primeiro momento, nos fazendo devorar as páginas. Mas quando chega na metade, desanda de uma forma grosseira, diria até estúpida. A história se passa durante a segunda guerra mundial e é basicamente sobre um esquadrão de elite do exército alemão que vai até Passo Dinu, na Romênia, ocupar um forte que poderá servir de posto de observação para invasões de inimigos. Mas, na primeira noite do grupo comandado por Klaus Woermann, há uma violenta morte. A partir daí, todas as noites um soldado tem a garganta estraçalhada. O major então pede ajuda a alta cúpula nazista, que envia o capitão Kaempferr e sua Guarda de Ferro - soldados nazistas - para buscar uma solução para o que acontece.
Até aí a abordagem do livro é fantástica, já que em meio ao terror instalado no fortim, há grandes embates entre Woermann e Kaempffer por seus temperamentos e ideologias diferenciadas. Mas então, o autor nos apresenta a chatérrima Magda e seu pai Theodor Cuza logo na metade. Então tudo é posto a perder, ainda mais quando um tal Glenn aparece. E o que vinha sendo uma história interessante e assustadora, se transforma sem explicação em um romance tosco e em algo beirando a uma grotesca fantasia, digna dos piores filmes trashs dos anos 80/90.
Afora isso, tenho que admitir que F. Paul Wilson escreve super bem. A leitura flui fácil e os diálogos são ricos em sua essência. Mas nem isso salva a última metade e é preciso muita persistência para chegar ao fim, quando você se dá conta de que o autor estragou um livro que poderia ser perfeito.
Apesar da decepção, não pretendo deixar de ler seus livros. Mestres do suspense e terror, como Dean Koontz e Stephen King, também tem livros fracos. Então, F. Paul Wilson merece uma segunda chance. O lerei novamente, mas agora sem a expectativa tão no alto. Não que a expectativa que depositei tenha atrapalhado, mas simplesmente porque a decepção foi maior por isso. Assim, quem sabe, nas próximas eu tenha uma leitura de alto nível... do início ao fim.